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Milhares de fiéis participam 1ª Romaria da Arquidiocese de BH pela Ecologia Integral a Brumadinho

  • Foto do escritor: Paróquia São Tiago Maior
    Paróquia São Tiago Maior
  • 25 de jan. de 2020
  • 4 min de leitura

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A chuva deu uma trégua para acolher os fiéis da Arquidiocese de Belo Horizonte e de comunidades de fé das várias regiões do país, neste sábado, 25 de janeiro, na Primeira Romaria da Arquidiocese de Belo Horizonte pela Ecologia Integral a Brumadinho.

O Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Walmor, levou seu apoio às famílias das 272 vítimas do rompimento da barragem de rejeitos de minério, participando junto com o povo de Brumadinho da Missa presidida, no fim da tarde, pelo bispo auxiliar para a Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário (Renser).

Para além das orações e palavras de conforto, o Arcebispo destacou que a Arquidiocese de Belo Horizonte “quer iluminar o caminho de nossas vidas com o Evangelho, que é luz. Assim, fazer de todos nós aprendizes dessas lições, muitas delas com a ocorrência dessa tragédia-crime ocorrida em Brumadinho, um ano atrás. Portanto, o convite é para sermos aprendizes, pois há muito a se fazer , e muito se diz que está se fazendo. Mas tudo isso é uma gota d’água no oceano, diante das urgentes mudanças que nós precisamos operar na nossa sociedade brasileira , particularmente pensando aqui em Minas Gerais, mas também em outros lugares do Brasil quanto ao modo de fazer a mineração. Não podermos continuar como está”.

Dom Walmor reconheceu que houve avanços, mas que é preciso maior velocidade, “para que nós não sejamos vítimas como tantas pessoas aqui foram vítimas, com tantas famílias carregando um grande luto. É preciso um novo tempo”. O Arcebispo lembrou que não se fez o que era preciso, por parte de governos, de instituições e, sobretudo, pela impunidade que continua. “Aqueles que cometeram crime precisam ser punidos adequadamente, para que um novo rumo seja construído na sociedade brasileira. E nós queremos iluminar tudo isso com a luz do Evangelho e com a força do amor de Deus. Com nessa luta a sociedade brasileira vai se abrir para um novo tempo”.


A Romaria

Logo no início da manhã, os romeiros se uniram aos familiares das 272 vítimas do rompimento da barragem de rejeitos de minério, em momento de partilha e oração. Em seguida, conduzidos pelo bispo auxiliar dom Vicente Ferreira, deram início à caminhada, relembrando com cânticos e reflexões um ano da tragédia.

Em silêncio, após alguns minutos de oração os fiéis retornaram ao letreiro, que fica entrada da cidade, e se encontraram com familiares das vitimas. Nesse momento de grande emoção, foram lidos todos os nomes das pessoas que perderam a vida nessa tragédia. Às 12h28, na mesma hora em que a barragem se rompeu, há um ano, centenas de balões vermelhos e brancos coloriram o céu de Brumadinho. Os profissionais que ainda trabalham na localização dos corpos, receberam homenagem especial.

Dom Vicente Ferreira afirmou que as ações em defesa de uma Ecologia Integral devem ser contínuas e fazer parte do compromisso de todo cristão. O Bispo recordou, então, a passagem do Evangelho em que Jesus diz “Eu vim para que todos tenham vida” e afirmou: “a vida humana não deve ser desassociada do cuidado com a natureza”. Dom Vicente também destacou  a mensagem enviada pelo Papa Francisco ao povo de Brumadinho, deixando claro que não se trata de um problema local, mas que diz respeito a toda humanidade.

Às 15h, integrantes de comunidades indígenas afetadas pela lama da barragem, que até hoje polui o Rio Paraopeba, se uniram em momento de espiritualidade . Emocionado, o pagé da tribo Pataxó, Aracati  Dias lembrou dos tempos em que a sua comunidade sua comunidade, situada às margens do Rio Paraopeba, não dependia de ajuda para sobreviver. “Hoje, o rio está todo contaminado e cheira mal. O índio não pode mais pescar. Tem muita doença na tribo. Tudo está muito difícil”. Indígenas de outros estados também participaram da romaria, em apoio à tribo que vive às margens do Paraopeba.

Também integraram a caminha grupos de congado e moradores de outras localidades onde existem barragens. Foram celebradas missas na Igreja São Sebastião, em Brumadinho, e na Igreja Nossa Senhora das Dores, no Córrego do Feijão, onde a barragem se rompeu.

Durante o trajeto, foram distribuídas velas, corações vermelhos e laços de fitas na cor marrom, em alusão à lama que inundou Brumadinho, no dia 25 de janeiro de 2019.

O operador de equipamentos Geraldo Oliveira Silva perdeu um irmão, uma prima e conhecia mais da metade das vítimas da tragédia. Ele, que trabalha na Vale há mais de 25 anos e está afastado desde 2017 por motivos de saúde, afirma que se fortalece diariamente na fé e sempre busca força na família e na Igreja. “Sou um sobrevivente, junto com um dos meus irmãos que estava lá. É um momento de dor profunda, mas acredito que o desânimo não é o caminho. As ações da Arquidiocese de Belo Horizonte, de modo muito especial as ações de evangelização de dom Walmor, dom Vicente e dos outros sacerdotes da cidade, são muito importantes para nossa comunidade. Hoje é um dia para a cidade de Brumadinho renovar a sua fé, que cresce a cada dia mais, sempre pensando com carinho nos que se foram, nos familiares que estão aqui, e nos solidarizarmos uns com os outros”.

Desde que tragédia aconteceu, a moradora de Brumadinho Zenilda Aparecida Soares Pereira conta que muitas pessoas de sua família só dormem à base de remédio.”Pra gente, até hoje, Brumadinho vive um pesadelo. Às vezes saio pra rua e tenho vontade de voltar logo pra casa, que é onde tento reconfortar minhas memórias. Hoje, o que ameniza nossa tristeza são esses momentos de união, fé, solidariedade e partilha.”

A romeira Ivani Maria do Socorro Sousa destaca a importância da Romaria para que as pessoas e a sociedade não se esqueçam das pessoas que morreram no rompimento da barragem. “A cidade não é a mesma desde então e, por isso, devemos lutar para que ela não se entristeça ainda mais. Espero que a nossa luta conscientize as pessoas e as empresas a fazerem mais pelo meio ambiente”.

Oração do Papa Francisco às vítimas da tragédia em Brumadinho e por uma ecologia integral

O Papa Francisco dedicou mensagem à 1ª Romaria da Arquidiocese de Belo Horizonte a Brumadinho por uma Ecologia Integral, em que pede aos fiéis que rezem pelas 272 pessoas que perderam a vida na tragédia. No vídeo, o Pontífice lamenta a contaminação do Rio Paraopeba, solidariza com o povo de Brumadinho e com a Arquidiocese de Belo Horizonte.

A mensagem do Papa Francisco foi apresentada durante as Missas e outros momentos de oração que integraram a programação da Romaria.

 
 
 

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