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Artigo do Arcebispo – Alegria: o remédio

  • Foto do escritor: Paróquia São Tiago Maior
    Paróquia São Tiago Maior
  • 28 de dez. de 2019
  • 3 min de leitura

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“Alegrai-vos!”. O apóstolo Paulo faz este convite, até com certa insistência, ao escrever aos cristãos filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito, alegrai-vos!”. Convite interpelante porque expõe e toca uma das feridas mais dolorosas da existência humana: a tristeza, causa de todo tipo de adoecimentos, do corpo e da mente. Mal que conduz muitos a desistir de viver. Ou mesmo leva à irracionalidade de um “vale tudo” que possa garantir sensações efêmeras, ilusórias. A humanidade contemporânea, mesmo diante de tantas possibilidades, está profundamente adoecida pela tristeza, inclusive aqueles que podem usufruir de certo conforto. A raiz dessa grave situação está na solidão humana. Presente nas etapas diferentes da vida, constitui um quadro alarmante que ameaça a saúde da população.


A tristeza traz desdobramentos terríveis, a exemplo do abuso do álcool e das drogas, do aumento das diferentes formas de violências, com impactos preocupantes. Alimenta a mesquinhez que fecha o coração e acirra a ganância. Compromete a clareza ante valores importantes, favorecendo as relativizações que desnorteiam segmentos sociais, até os religiosos, fazendo valer qualquer coisa, inclusive os absurdos abomináveis de promessas e propostas que apenas enganam os que estão sedentos de alegria.  Há certo desarvoro na busca por autêntica felicidade: é possível viver sem muitas coisas importantes, mas, sem alegria, não se consegue enxergar a vida como dom. A tristeza e a equivocada busca pela alegria configuram, assim, um cenário desafiador.


A situação é preocupante porque há, de fato, um distanciamento suicida das fontes da verdadeira felicidade e, consequentemente, são adotadas lógicas perversas, ilusórias e decepcionantes para preencher essa lacuna. Mas, o que seria a alegria e qual o caminho para encontrá-la? Fala-se de caminhos a exemplo de se cultivar a amizade, se viver a solidariedade e se permanecer fiel a princípios ético-morais. A ânsia para se conquistar a felicidade genuína, somada às situações deprimentes que enjaulam o ser humano nas periferias existenciais, revelam que ainda falta uma palavra paraclética, isto é, de consolação e orientação para conduzir a vida na sua verdadeira direção. Por isso, vale consultar o Apóstolo Paulo sobre como é possível conseguir a alegria.


Paulo, com simplicidade e sinteticamente, indica: alegrai-vos sempre no Senhor. Esse Senhor tem um nome, é uma pessoa, encontrada na manjedoura do presépio, chama-se Jesus Cristo, o Salvador, verbo encarnado, que vem ao encontro da humanidade, para oferecer a oportunidade de se viver a experiência do encontro com Ele e, assim, alcançar a fonte inesgotável da alegria. A celebração do dia do Natal, sabiamente estendida, na liturgia da Igreja Católica, por uma oitava de dias, é a convocatória amorosa para uma sociedade perpassada por tristezas que a definham, nos descompassos das injustiças, dos extermínios, das violências beligerantes, a curar-se com a alegria do encontro com o Salvador da humanidade.


Importante lembrar aqui o Papa Francisco, em sua exortação apostólica: existe uma doce e reconfortante alegria do Evangelho, uma eterna novidade, que se opera e se experimenta na cotidiana amorosidade do encontro com Jesus Cristo. Esse encontro enche o coração e a vida inteira com alegria duradoura; é remédio de sabedoria para toda ignorância; faz com que a solidariedade substitua a indiferença; cultiva o desapego em lugar da mesquinhez; incentiva o querer bem ao próximo e, consequentemente, o apreço pela fraternidade. O encontro com Jesus dissipa os descompassos nascidos do ódio, da intolerância e do orgulho que alimentam a doença do querer se sobrepor aos outros, de se inscrever em insuportáveis disputas, que de nada adiantam.


O Natal é oportunidade para se deixar salvar por Ele, que vem igual ao ser humano em tudo, exceto no pecado, para libertar a humanidade do próprio pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento, da cegueira espiritual e humanística que inviabiliza conquistas luminosas e admiráveis da racionalidade humana. É tempo da experiência simples de um encontro, celebrado, professado e testemunhado a partir da aproximação silenciosa, confiante e apaixonante de uma pessoa, Jesus Cristo, o menino-Deus, para convencer pela alternativa de uma lógica não consumista, para superar o perigo de se ter um coração individualista, comodista e mesquinho. O encontro com Jesus exercita cidadãos e cristãos verdadeiramente solidários para um mundo novo, em fé autenticamente vivida como anúncio do Reino que é Ele, o verbo encarnado, que leva à verdadeira alegria, o mais importante remédio para a humanidade.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)

 
 
 

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