top of page
Notícias em Destaque

Artigo de D.Walmor: Discernimento eleitoral

  • Foto do escritor: Paróquia São Tiago Maior
    Paróquia São Tiago Maior
  • 28 de set. de 2018
  • 3 min de leitura

28/09/2018

As eleições deste ano podem ser consideradas as mais exigentes desde a redemocratização do Brasil. Não basta simplesmente comparecer às urnas, sem compromisso com o voto consciente. Cresce a convicção a respeito da necessidade de se escolher bem, buscando evitar o voto branco ou nulo. Quem desconsidera a própria importância na definição dos rumos do país adota postura antidemocrática, pois todos devem reconhecer: o voto consciente é essencial na tarefa de reconduzir o Brasil aos parâmetros republicanos, a partir de escolhas que sejam “broto de esperança” para a nação.

Quem é capaz de ser presidente do Brasil? Como compor adequada e qualificadamente a representação na Câmara, Senado e nas Assembleias Legislativas? A quem confiar o voto para governador de Estado? Essas questões devem inspirar processos de reflexão em todos os eleitores, no momento que precede o dia de votação. A cada eleitor, pede-se o necessário discernimento eleitoral. E esse exercício, reconheça-se, está ocorrendo sobre os trilhos de uma democracia muito frágil e desfigurada. Infelizmente, interesses cartoriais, de grupos, partidos, oligarquias, que ferem o bem comum, distantes de parâmetros republicanos, minam a credibilidade das instituições. Por isso, o horizonte eleitoral na sociedade brasileira está tão contaminado por práticas lamentáveis, percebidas, por exemplo, nas campanhas de candidatos no rádio, TV e internet.

Os frequentes ataques pessoais para tentar convencer o eleitor causam tristeza. Opta-se por dizer que o outro não presta, em vez de se apresentar boas ideias, ou de se conquistar o voto cultivando autoridade moral. A atual configuração do cenário partidário também prejudica o discernimento dos eleitores, pois prevalece, nos programas das legendas, uma perspectiva estereotipada, que reduz partidos a concepções de “esquerda”, “direita” ou “centrão”. E a ideologia, não raramente, ganha tanta força que pode eleger quem não tem capacidade para exercer o poder.

Todas essas complexidades não podem desanimar o eleitor, pois as eleições 2018, mais do que simplesmente definir os que exercerão a representação política no próximo quadriênio, poderão, ou não, ser o ponto de partida para superar décadas de atraso.

Embora se reconheça a importância da configuração partidária, especialmente na composição das casas legislativas – tão relevantes quanto o Poder Executivo – vale muito considerar, na atualidade, a capacidade de cada indivíduo que se candidata. Nunca foi tão determinante, como agora, a qualificação cidadã e moral dos políticos que serão eleitos. Todos sabem que promessas de campanha são comuns. A sociedade brasileira está cansada do que é prometido, mas nunca cumprido. Propostas que, posteriormente, são esquecidas em razão de interesses mesquinhos e espúrios. Por isso mesmo, os critérios centrais na definição do voto devem ser a envergadura moral, a competência relacional, a capacidade gerencial e o caráter de cada candidato.

O Brasil precisa, nas instâncias do poder, de homens e mulheres que priorizem o bem comum. Não é fácil a tarefa de reconhecer os nomes mais adequados. Nesse exercício, é muito necessário redobrar o cuidado para não se apegar somente às ideologias, que cooptam e seduzem, encobertando certos absurdos e disparates. O foco do eleitor deve estar na trajetória de quem se candidata para tornar-se representante do povo, identificando a presença ou a ausência de qualidades que são imprescindíveis para os que buscam ocupar cargos no poder. Aos oportunistas e aos iludidos a respeito da própria capacidade, não seja concedida a autoridade para determinar os rumos do país.

Os eleitos precisam ser capazes de conduzir a nação rumo a caminhos novos, fora dos esquemas de favorecimento, da corrupção, de tudo o que impede o Brasil de viver um desenvolvimento integral. Os nomes estão circulando – na mídia, nas redes sociais, nos panfletos e nas bandeiras. Cabe ao eleitor exercer o qualificado discernimento na definição de suas escolhas. Uma tarefa a ser assumida por todos, para que as eleições 2018 não sejam, mais tarde, percebidas e lamentadas como mais um fracasso da sociedade brasileira.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

Comentários


Arquivo
Histórico
Postagens recentes
Busca por Tags

Paróquia São Tiago Maior

Rua Violeta de Melo,1020

Bairro Jardim São José

CEP 30820.470

Belo Horizonte / MG

 

  • Facebook
  • Twitter
  • YouTube
  • Instagram

Celebrações na Matriz:

Domingo -  9h e 18h

Sexta - 19h

Maria, Mãe do Bom Conselho:

Rua Desembargador Campos, 41 - J. Inconfidência

Sábado -18h30 e Quarta - 19h

São José Operário:

Rua Urucânia, 280 - Jardim São José

Domingo - 7h30 e Quinta - 19h30

Secretaria Paroquial:

Terça a Sexta - 8h às 11:30h e de 13h às 18h

Sábado - 8h às 12h

(31)  3412-4257

pstiagomaior@gmail.com

bottom of page