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Piedade, a serra nobre

  • Arquidiocese de BH
  • 23 de abr. de 2017
  • 3 min de leitura

Minas Gerais são muitas. Um axioma incontestável que registra as marcas culturais que desenham o território mineiro com singularidades, tradições, riquezas e valores diversificados do Norte ao Sul, do Leste ao Oeste. Singularidades que responsabilizam a cidadania mineira na tarefa de bem administrar essas riquezas todas. E, quando se tem pouco, administrar é mais simples, mas se os bens são muitos, a exemplo do que ocorre nas diferentes culturas que tecem as muitas Minas, esse empreendimento é complexo. Exige qualificado exercício da cidadania, atenção amorosa redobrada e a competência inventiva para intervenções de maior alcance. Desconsiderar essas necessidades alimenta um risco abominável: o de negociar, a qualquer preço, as identidades culturais de Minas que podem impulsionar projetos com potencial para beneficiar toda a nação.


Assim, deve crescer a consciência entre os mineiros a respeito do inestimável valor das muitas culturas que integram o Estado. O começo de tudo é acabar com antipáticas chacotas a respeito da própria identidade. É preciso valorizar a mineiridade e entender a sua riqueza – tão importante quanto a terra e a natureza de Minas Gerais. Uma cultura sustentada pela história tricentenária deste Estado, fecundada pela religiosidade e pela nobreza da fé cristã. Eivada, sobretudo, pelos personagens de destaque nos mais diferentes âmbitos – cultura, artes, educação e política. O magnífico patrimônio de Minas exige mais, muito mais, de todos. E o primeiro passo é o respeito reverente à própria memória. , que integra a religiosidade, a cultura e a história.


Por isso, a tarefa primeira de cada mineiro é enraizar-se mais no próprio chão para contribuir no seu desenvolvimento integral, promovendo, assim, avanços e conquistas para todos. Esse é o único caminho que as autoridades também devem percorrer para exercer, de modo nobre, a representatividade do cidadão nas instituições todas. Olhar para si, reconhecer-se como povo que partilha rica história e cultura, reconhecer valores, é desafio dos mineiros. Oportunidade para o crescimento da consciência cidadã de pertencer a Minas Gerais e cultivar o santo orgulho de ser gente desta terra. Assim, cresce a força e o destemor para defender Minas, trabalhar por seu desenvolvimento e buscar o seu progresso, com ações efetivas nos campos da infraestrutura, da educação e da preservação do seu rico patrimônio material e imaterial.


A consciência de pertencer a Minas deve ser testemunhada por todos para gerar uma união que faça justiça ao protagonismo do Estado no cenário nacional. Nesse sentido, são indispensáveis a correção de rumos, a ampliação de horizontes e o diálogo para desenvolver projetos inovadores, audaciosos. Tarefas que exigem superar a subestimação do patrimônio do povo mineiro. E no cenário rico de pluralidades culturais e de riquezas naturais de Minas, há um tesouro que merece atenção redobrada: a Serra da Piedade.


Entre as serras e as montanhas do Estado, muitas danificadas pela mineração – um alerta para a necessidade de novos marcos regulatórios -, altaneira e nobre está a Serra da Piedade. Minas, “Estado Diamante”, tem muitas cadeias de montanhas que oferecem inúmeras belezas naturais, a aragem e o silêncio, características únicas que edificam identidades, moldam um jeito cativante de ser. E a Serra da Piedade abriga uma singularidade entre tantas outras: lá está o Santuário da Padroeira de Minas, um complexo paisagístico e ambiental que agrega biomas importantes- a Mata Atlântica, Cerrado e os Campos Rupestres. Guarda o tesouro de uma história – 250 anos do povo peregrinando na fé.


Uma Serra, herança mineira que todos devem sempre preservar e defender, para livrá-la das iniciativas movidas pelo lucro que cega e produz situações terríveis: as feridas no seu entorno. Preservar a Serra da Piedade é tarefa de cada cidadão, com o qualificado discernimento das instâncias judiciárias, a garra do Ministério Público e a inteligência de todo o mundo político. Todos juntos para cuidar da Serra da Piedade. A intocabilidade da Serra da Piedade e do seu entorno deve ser compromisso legal, bandeira e símbolo de uma cidadania mineira lúcida, capaz de respeitar o patrimônio que é de todos, sob a missão guardiã da Arquidiocese de Belo Horizonte. Eleger e selar no coração a Piedade, o que ela é, a Serra nobre, eis uma questão de honra para Minas e os mineiros.


Dom Walmor Oliveira de Azevedo Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

 
 
 

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